O que é ser repórter?
- Nayara Francesco
- 8 de jan. de 2018
- 2 min de leitura
O que ouvimos falar sobre nós
Texto produzido a partir do artigo 'Vida de repórter: o tempo do glamour passou' para atividade acadêmica.

Foto da internet
“Acima de tudo, a verdade”. É o que o repórter mais escuta. Estar sempre à procura da informação é uma grande aventura. A adrenalina é constante e o risco também. Podemos não conseguir falar com todas as fontes. Conseguir todos os detalhes passa a ser a grande missão do dia.
O repórter deve ter como religião a persistência. Ter empenho e nunca deixar faltar a notícia. Se o jornalista deixa de notar as possibilidades ao seu redor, ele pode perder uma grande história. As vezes nem tão grande assim, mais que ainda possa render.
O menor acontecimento pode virar notícia sim. A mais banal das conversas no transporte público pode te render um belo texto perfil, por exemplo. Tudo depende do olhar. A pessoa comum olha apenas a superfície, o repórter olha as bordas, torce a cabeça, vê por outro ângulo, olha fundo, se aprofunda. Voilà! Assim se cria uma notícia ou uma história.
“Qualquer um pode ser jornalista!”. Epa! Ouvimos isso também, e nos ofendemos. Ser jornalista, repórter é ser “testemunha ocular da história”. Que bela característica, não? Temos esse privilégio de acompanhar a história viva porque temos embasamento.
Se apenas saímos por aí ‘canetando’ tudo o que ouvíssemos e víssemos seríamos apenas contadores. Qualquer um. Se somos repórteres então somos críticos. É quase um sinônimo. Temos que conhecer de política, cultura, arte, economia, educação, literatura, etc. Para entender um todo, temos que entender uma parte. Para escrevermos sobre a parte, devemos entender o entorno.
Se por essência é um desafio ser repórter, nos dias em que a informação é saturada e todos devem saber de tudo é mais opressor ainda. Temos trolls na nossa profissão.
São pessoas que criam as chamadas “fake news” apenas por divertimento, para espalhar o medo, para enganar pascácio. Como agentes da verdade devemos combatê-los, sempre provando os dados coletados, mostrando documentos quando houver acusações, sempre seguindo o ser jornalista.
Ás vezes, pensamos em desistir desse negócio de repórter. As críticas tão duras, por vezes, entristecem. Somos amados e odiados. Passamos rapidamente de ‘oráculos’ à ‘fofoqueiros’. Até de urubu nos chamam. Que equívoco! Carniça quem busca (na informação) para se coçar são os trolls do fake news, e espalham o pruído.
Passamos por crises existências até síndromes de super-heróis. Queremos, esporadicamente, jogar tudo para os altos! Mas a verdade, é que não conseguimos desatar esse lindo e conturbado casamento que temos com nosso ofício.
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