Matéria sobre segurança pública - Jornal Laboratório Página UM
- Nayara Francesco
- 10 de nov. de 2017
- 2 min de leitura

Link para o exemplar da edição 101 do jornal laboratória da UMC - Página UM
Texto na íntegra :
Roubos crescem 17,5% na região do Alto Tietê
Itaquaquecetuba é a cidade com o maior índice. De janeiro a julho foram 1.996 ocorrências registradas
Nayara Francesco
Dados estatísticos da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo comprovam o sentimento de insegurança nas ruas da região do Alto Tietê. Os roubos aumentaram 17,5% de janeiro a julho deste ano em comparação com o mesmo período de 2016. As cidades que tiveram os maiores índices foram Itaquaquecetuba, fechando os sete meses com 1.996 ocorrências e logo depois Suzano com 1.914. Mogi das Cruzes tem registrados 971 casos de roubos.
Para compreender a dimensão do aumento, Itaquaquecetuba registrou de janeiro a julho desse ano quase 10 ocorrências por dia contra 8 no ano de 2016. Suzano, aproximadamente 9 casos por dia em 2017 e quase 7 em 2016. Em Mogi das Cruzes, apesar do aumento de 10,1% em roubos, a média diária é de aproximadamente 4 registros em ambos os anos, o que coloca a cidade entre as três com os maiores índices no primeiro semestre de 2017.
Segundo Ivan de Oliveira Silva, especialista em Direitos Humanos e coordenador do curso de Segurança Pública da Universidade Braz Cubas (UBC), o crescimento significativo da criminalidade exige do poder público não apenas a ação após o ato do delito com a prisão. “Isso é um erro recorrente que o Brasil pratica com facilidade”, diz. A solução observada por Ivan é o combate à violência de modo preventivo. Ele cita algumas medidas tomadas por outros países que trouxeram resultados satisfatórios, como a redução da circulação de armas de fogo, o desestímulo ao discurso de ódio e a redução da desigualdade social.
Kethleen Torres Santa Rita, 19, atendente de uma farmácia na Avenida Voluntário Fernando Pinheiro Franco, no centro de Mogi, foi vítima de assalto a mão armada durante o expediente. No dia 11 de setembro, Kethleen atendia no caixa quando viu um rapaz entrar na farmácia. “Veio diretamente até a mim, eu abordei ele gentilmente como faço com todos os clientes”, declara. Assim que a funcionária se dirigiu ao homem, ele anunciou o assalto. A atendente conta que sofreu ameaças constantes enquanto o suspeito pedia o dinheiro do caixa. A vítima diz que se não entregasse o dinheiro ele atiraria. “Eu abri a gaveta do caixa e fui passando o dinheiro para ele”. Kethleen contou para a reportagem do Página UM que se sente muito preocupada com a segurança na cidade e que sua visão sobre o assunto é que “enquanto estiver faltando empregos, as pessoas vão buscar alguma forma de sobreviver, infelizmente”.
Ivan esclareceu a perspectiva da atendente, e conta que circunstâncias como o aumento de taxas de desemprego e cobrança de juros exorbitantes por parte do sistema financeiro podem ser motivos expressivos para o crime.
As Polícias Civil e Militar não manifestaram declarações sobre os dados até o fechamento desta matéria.
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